Evolução da Santa Casa da Misericórdia de Castelo Branco

Santa Casa da Misericórdia de Castelo Branco criada em 16 de Fevereiro de 1514 por D. Manuel I.

            Em 1514, o rei D. Manuel I, aproveitando os recursos das confrarias S. André, S. Tiago, S. João e S. Pedro, que praticavam obras de caridade, fundiu os seus bens, instituindo a Santa Casa da Misericórdia de Castelo Branco.

            Desde a sua fundação em 16 de Fevereiro de 1514 até à estatização do seu Hospital em 1974, a Misericórdia de Castelo Branco dedicou-se então e principalmente à prestação de cuidados de saúde.

A partir de 1 de Maio de 1977, com a construção do Hospital Distrital de Castelo Branco, a Misericórdia fica então liberta do seu hospital.

            Para além da preocupação com a proteção dos idosos e famílias, no acompanhamento dos jovens e desenvolvimento das crianças, criou creches e infantários, não negligenciando e orientando a sua atenção na manutenção das obras de culto religioso e bem com o património cultural.

Todo o complexo da Sede se desenvolveu a partir do Convento da Graça, ou dos Gracianos, onde pode ser visitada a Igreja com o mesmo nome.

            A Igreja foi construída em 1519, por disposição testamentária de Rodrigo Rebelo, ilustre albicastrense, primeiro Capitão de Goa, no reinado de D. Manuel I e reúne várias imagens que se repartem desde o Século XVI ao Século XIX.

Desde a sua fundação, a nossa Instituição registou muitas alterações ao longo dos seus cinco séculos de existência (1514-2014), sendo de registar aqui o seu primeiro benfeitor, o Venerável Bartolomeu da Costa, (1533-1608).

Natural de Castelo Branco, foi Tesoureiro Mor da Sé de Lisboa e grande Benfeitor da Misericórdia de Castelo Branco pois que, por testamento feito em Lisboa a 30 de Abril de 1605, lhe deixa todos os seus avultados bens, incluindo a sua própria casa, sita na Rua d’Ega, destinada à criação de um Hospital de Convalescentes.

Com o legado de Bartolomeu da Costa a Santa Casa pôde efetuar durante quase quatro séculos, no seu hospital, uma ação inestimável em prol dos doentes, que só terminou com a inauguração do Hospital Amato Lusitano em 1 de Maio de 1977, passando então a dedicar-se exclusivamente ao apoio a crianças, jovens e idosos necessitados.

Por ser o primeiro grande benfeitor da Misericórdia e o seu nome estar ligado aos primórdios da sua fundação e por se dever a ele a Instituição que foi crescendo até aos dias de hoje, a Mesa Administrativa deliberou que Frei Bartolomeu da Costa fosse a figura central do seu V Centenário.

Em 3 de Março de 1620, o Rei D. Filipe II, autorizou, por alvará real, a edificação do Hospital da Vila de Castelo Branco, junto à Igreja de Stª Isabel (Stº António) que ficou conhecido por “A Casa do Tesouro Santo”.

Em sessão de 05/09/1834 a Mesa Administrativa deliberou pedir a troca do edifício da Misericórdia por um dos dois Conventos: da Graça ou de Sto. António dos Capuchos. Viria a ser escolhido o edifício doConvento da Graça por Portaria do Ministério da Fazenda de 09/0/1835. Por Portaria de 3/2/1836 o edifício do Convento da Graça foi entregue à Misericórdia. O Convento da Graça pertenceu à ordem de S. Francisco até 1526, passando depois dessa data para a de Santo Agostinho.

Após o 25 de Abril de 1974, o Hospital da Misericórdia foi estatizado, através do Decreto-Lei nº704/74, de 7/12. No entanto, continuou a funcionar nas instalações da Misericórdia mediante o pagamento de uma renda pela ocupação das instalações e de uma verba destinada à quitação do valor dos materiais e dos equipamentos de natureza hospitalar.Em 30/04/1975, com a saída do Hospital para o edifício do Estado, inaugurado em 01/05/77, a Misericórdia passou a dedicar-se à assistência de crianças, jovens, idosos e famílias.

Assim, criou as Valências convenientes para melhor apoiar as crianças, os jovens, os idosos e as famílias, acompanhando a evolução da sociedade e procurando cumprir as 14 obras de misericórdia (7 espirituais e 7 corporais), de acordo com as necessidades atuais dos cidadãos.

A nossa Misericórdia é uma Instituição de referência, quer na nossa cidade, quer mesmo a nível do nosso concelho e até porque não dizê-lo, a nível distrital. Atualmente dispõe de várias infraestruturas dispersas pela cidade, o que obriga a uma gestão de recursos cada vez mais ajustada, mantendo assim um equilíbrio entre a qualidade do apoio a prestar e a conservação do património físico.

Esta longevidade testemunha, assim, a capacidade e a tenacidade de dirigentes e colaboradores em sobreviver a todas as vicissitudes e dificuldades, sempre com o objetivo de minimizar o sofrimento da população mais débil e carenciada, e dar conforto aos mais desfavorecidos.

Ao longo destes séculos, esta e todas as outras Misericórdias sentiram e viram no seu seio muita dor e sofrimento. Mas também temos de realçar, as alegrias de todos aqueles que contribuíram com sorrisos e afetos, no acolhimento aos nossos utentes, a maioria das vezes desconhecidos, debilitados e desamparados, e os ajudaram no seu processo de integração, transmitindo-lhe segurança e conforto para o início do seu novo ciclo de vida.

A humanização permanente tem sido a matriz de Solidariedade Social da Santa Casa da Misericórdia de Castelo Branco, e os veículos transmissores têm sido, os Colaboradores e os Voluntários, e nesses destacam-se todos os elementos dos Órgãos Sociais que em partilha mútua se entregam abnegadamente ao desempenho das suas missões.

A manutenção, a requalificação, a renovação das infraestruturas têm sido uma das principais realizações dos últimos anos da nossa Instituição.

A Santa Casa da Misericórdia de Castelo Branco ou simplesmente Misericórdia de Castelo Branco, fundada no dia 16 de fevereiro de 1514, é uma associação de fiéis, com personalidade jurídica canónica, cujo fim é a prática das Catorze Obras de Misericórdia, tanto corporais como espirituais, visando o serviço e apoio, com solidariedade, a todos os que precisam, bem como a realização de atos de culto católico, de harmonia com o seu espírito tradicional, informado pelos princípios do humanismo e da doutrina e moral cristãs.

Em conformidade com a sua ereção canónica, a Santa Casa da Misericórdia de Castelo Branco encontra-se sujeita ao regime especial decorrente do Compromisso celebrado entre a União das Misericórdias Portuguesas e a Conferência Episcopal Portuguesa, assinado em 2 de maio de 2011.

A Santa Casa da Misericórdia de Castelo Branco tem, também, reconhecida a sua personalidade jurídica civil, com estatuto de Instituição Particular de Solidariedade Social, pelo que é considerada uma entidade da economia social, nos termos da respetiva Lei de Bases, e natureza de Pessoa Coletiva de Utilidade Pública.

 

Missão

Proporcionar aos seus utentes e à comunidade em geral, serviços estabelecidos com base nos princípios da qualidade, equidade e responsabilidade social, garantindo o desenvolvimento pessoal dos utentes e o desenvolvimento profissional dos colaboradores.

 

Objetivos

Embora o seu campo de ação possa transcender as áreas da chamada segurança social, os objetivos que prossegue a título principal são efetivamente, os seguintes:

  • Apoio à infância e juventude, incluindo as crianças e jovens em perigo;
  • Apoio à família e comunidade em geral;
  • Apoio às pessoas idosas;
  • Apoio às pessoas com deficiência e incapacidade;
  • Apoio à integração social e comunitária;
  • Proteção social dos cidadãos nas eventualidades da doença, velhice, invalidez e morte, bem como em todas as situações de falta ou diminuição de meios de subsistência ou de capacidade para o trabalho;
  • Promoção da saúde, prevenção da doença e prestação de cuidados na perspetiva curativa, de reabilitação e reintegração, designadamente através da criação, exploração e manutenção de hospitais, unidades de cuidados continuados e paliativos, serviços de diagnóstico e terapêutica, cuidados primários de saúde e tratamentos de doenças do foro mental ou psiquiátrico e de demências, bem como aquisição e fornecimento de medicamentos e assistência medicamentosa;
  • Salvaguarda e defesa do património cultural e artístico, material e imaterial, religioso ou não;
  • Educação e formação profissional e da igualdade de homens e mulheres;
  • Resolução dos problemas habitacionais das populações;
  • Atividade agrícola;
  • Outras respostas e serviços não incluídos nas alíneas precedentes, desde que enquadráveis no âmbito da economia social, isto é, desde que contribuam para a efetivação dos direitos sociais dos cidadãos e para a sustentabilidade da instituição.

 

 

Visão

A SCMCB assegura a satisfação das necessidades da comunidade, adequando e diversificando as respostas sociais, de forma contínua, colaborativa e sustentada;

A SCMCB pretende ser reconhecida, no meio envolvente, como uma instituição de referência na região em que opera, alargando e melhorando os serviços prestados à comunidade, prosseguindo a médio prazo a sua certificação.

Proporcionar formação profissional qualificada aos recursos humanos, de forma a responder às necessidades da Instituição, visando a obtenção da excelência dos serviços prestados nas várias respostas sociais, garantindo o bem-estar e a qualidade de vida dos utentes enquanto seres humanos.

 
Valores

A SCMCB pauta a sua atividade pelos seguintes valores:

  • Respeito pela dignidade humana;
  • Solidariedade;
  • Igualdade;
  • Rigor e Zelo;
  • Integridade;
  • Empenho e Cooperação;
  • Iniciativa;
  • Culto católico;
  • Lealdade e honestidade.
 
Política da qualidade

Atingir níveis de rentabilidade elevados na utilização de recursos;

Através da sua estrutura organizacional, garantir uma elevada qualidade dos serviços prestados visando a satisfação dos Utentes;

Proporcionar a melhoria contínua das condições de trabalho e de motivação aos seus Colaboradores;

Atuar em prol da Sociedade, e honrar os compromissos com Fornecedores, Colaboradores e Utentes;

Estabelecer com as Organizações convergentes na realização da missão, relações de parceria que possibilitem o mais eficaz impacto dos serviços prestados.

 

Modelo de gestão

A organização interna da SCMCB obedece a um modelo de estrutura hierárquica, funcional, que está sistematizada noorganogramaespecífico.

 

A SCMCB incorpora um vasto conjunto de energias, de meios e recursos técnicos, humanos e financeiros, de competências e saberes, numa atitude de mediação entre problemas e soluções.

A parceria é também uma estratégia de intervenção privilegiada.

Estruturada em torno de um modelo técnico, a sua intervenção baseia-se em elevados níveis de competência, de tecnicidade, de rigor e de profissionalismo de todos os colaboradores.

Reconhece os colaboradores como um recurso fundamental da organização, promovendo e valorizando as competências e o mérito do desempenho como elemento nuclear da sua gestão.

Promove e apoia o desenvolvimento pessoal e profissional dos colaboradores, estimulando as suas competências.

Norteia-se por um modelo de gestão, em que os princípios reguladores de qualidade dos serviços prestados são:

  • A definição clara de objetivos e metas;
  • A avaliação constante da sua consecução e dos desempenhos;
  • A relação custo/benefício;
  • O rigor como critério e estratégia;
  • A orientação para os resultados;
  • A satisfação dos utentes e dos colaboradores.

Opera os princípios da gestão participada, assentes no pressuposto de que o interesse e a responsabilidade pela missão da SCMCB são de todos e de que o êxito só pode resultar do contributo empenhado de todos, dependendo sempre do esforço de cada um no sentido de atingir o máximo das suas capacidades.